Órgãos infectados com HIV: Médico denunciado retoma cargo em prefeitura

O médico Walter Vieira, de 61 anos, sócio do laboratório PCS Lab Saleme, envolvido em um escândalo de transplantes de órgãos contaminados com HIV, retornará às suas atividades na Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira, 6 de janeiro de 2024. Walter, que é servidor da prefeitura desde 2009, ocupava o cargo de presidente do Comitê Gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal, de forma não remunerada, e foi afastado após a repercussão do caso.

O retorno de Walter ao cargo de médico ginecologista e obstetra foi autorizado pela Prefeitura, que não especificou onde ele atuará ou se retomará sua função no Comitê. Em novembro, seu último salário registrado foi de R$ 7.278,44. O escândalo teve início em outubro de 2023, quando foi confirmado que seis pacientes foram transplantados com órgãos infectados com HIV, resultando em uma crise sem precedentes no Programa de Transplantes do Rio de Janeiro.

Walter Vieira foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que o acusou de assinar um laudo com resultado falso referente à análise de um doador. Ele e outros cinco denunciados, incluindo sócios e funcionários do laboratório, podem responder por associação criminosa e falsidade ideológica. Todos foram liberados após receberem habeas corpus, mas devem comparecer mensalmente ao juizado e estão impedidos de atuar em laboratórios.

A promotora Elisa Ramos Pittaro Neves afirmou que os denunciados agiram com “plena consciência da forma irregular”, contribuindo para a contaminação dos pacientes. A partir de 2024, o controle de qualidade dos exames do PCS Lab Saleme passou a ser realizado semanalmente. O caso gerou reavaliações nos procedimentos de transplantes no Brasil, visando proteger a segurança dos pacientes.

FONTE: PORTAL TELA

Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo