Transou sem camisinha no Carnaval? Você tem até 72h para iniciar a PEP e se proteger contra o HIV
O Carnaval chegou e, com ele, a folia e os encontros casuais. Mas se você teve uma relação sexual sem proteção, esqueceu de usar preservativo ou ele estourou, ainda há tempo para se proteger contra o HIV. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é um medicamento que pode prevenir a infecção pelo vírus, desde que seja iniciada em até 72 horas após a exposição.
A Agência Aids conversou com o infectologista Dr. Guilherme Mendonça Roveri, da rede de clínicas AmorSaúde, que esclareceu as principais dúvidas sobre o uso da PEP e os protocolos recomendados para sua administração.
Quando a PEP é indicada?
O especialista explica que a PEP é recomendada para situações de risco de exposição ao HIV. “As principais formas de transmissão do vírus incluem a transmissão vertical (de mãe para filho), o compartilhamento de seringas para uso de drogas, acidentes com objetos cortantes contaminados e relações sexuais desprotegidas”, afirma.
Com foco nas relações sexuais, ele alerta: “Quem teve contato sexual desprotegido nas últimas 72 horas com uma pessoa de status sorológico desconhecido pode recorrer à PEP. Isso é especialmente importante quando não se sabe se o parceiro vive com HIV ou se ele está em tratamento, mantendo a carga viral indetectável”.
A PEP também é recomendada em casos de violência sexual. “Quando ocorre uma relação sexual não consentida e não é possível testar a pessoa-fonte, o protocolo indica o uso da PEP para redução do risco de infecção”, ressalta.
A importância da adesão
O sucesso da PEP depende do uso correto da medicação durante os 28 dias recomendados. “A regularidade na tomada dos comprimidos é essencial para garantir a concentração adequada da medicação no organismo”, alerta o infectologista. Ele reforça que falhas na adesão podem comprometer a eficácia do tratamento e aumentar o risco de resistência ao vírus.
Dr. Guilherme também destaca que, além da PEP, a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é uma estratégia preventiva eficaz. “Para quem sabe que pode ter exposição ao HIV, o ideal é iniciar a PrEP, garantindo proteção contínua”.
Efeitos colaterais e acompanhamento médico
O infectologista tranquiliza os usuários da PEP quanto aos efeitos adversos. “Os medicamentos usados na PEP são os mesmos do tratamento do HIV, podendo causar efeitos colaterais como dor de cabeça e desconforto gastrintestinal, mas são eventos raros. Em alguns casos, a ansiedade gerada pelo medo da infecção pode potencializar sintomas”.
Ele reforça a importância do acompanhamento médico. “Quem faz uso da PEP deve procurar o serviço de saúde para realizar exames de monitoramento e verificar a eficácia do tratamento“.
PEP: uma urgência médica
A PEP é considerada uma medida de urgência, devendo ser iniciada o quanto antes após a exposição. “A eficácia do tratamento está diretamente relacionada ao tempo decorrido entre a exposição ao HIV e o início da medicação. Quanto mais rápido o início, maior a proteção”, finaliza Dr. Guilherme.
Durante o carnaval, a prevenção deve ser prioridade. O uso de preservativos, a PrEP e a PEP são estratégias fundamentais para reduzir os riscos e garantir uma festa segura e sem preocupações.
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Fonte: Agência Aids