Terra: PrEP salva vidas desde o útero: entenda motivo

Em dez anos, o Brasil registrou um aumento de 33,2% no número de gestantes com diagnóstico de infecção pelo HIV, segundo dados do Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS 2024, realizado pelo Ministério da Saúde. Em 2023, foram computados 3,3 casos por mil nascidos vivos, contra 2,4 casos por mil nascidos vivos em 2013. O aumento mais expressivo ocorreu na região Norte, que chegou a 76,5%. 

Conforme o boletim, em 2023, houve um predomínio de infecção entre gestantes pardas (53,1%), seguida das mulheres brancas (28,4%). As gestantes pretas, no mesmo período, corresponderam a 14,3% dos casos. Ao todo, 61,6% das gestantes com diagnóstico de infecção pelo HIV já sabiam da infecção antes de iniciar o pré-natal. 

Nestes casos, o Ministério da Saúde recomenda que o diagnóstico clínico seja feito rapidamente para que as medidas de prevenção e os devidos tratamentos sejam iniciados prontamente, evitando a transmissão materno-infantil. E um dos tratamentos indicados é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

O que é a PrEP? 

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um tratamento que consiste em tomar dois comprimidos antes da relação sexual, preparando o organismo para um possível contato com o HIV. Durante o tratamento, o paciente tem acompanhamento médico regular, sempre com testes para o HIV e outras IST’s. 

Existem duas maneiras do medicamento ser usado: 

  • Continuamente: o uso da PrEP ocorre diariamente e é indicado para quem está  em situação de vulnerabilidade ao HIV. 
  • Sob demanda: indicado para pessoas que são menos expostas ao vírus, ou seja, têm relações sexuais com menor frequência e, habitualmente, planejam quando irá acontecer. 

Grávidas e lactantes podem fazer o uso da PrEP? 

O uso da PrEP é liberado às mulheres grávidas até mesmo na fase de amamentação, desde que haja o controle e a supervisão dos médicos responsáveis em todos os estágios. Nessas situações, os comprimidos são indicados quando existe a exposição ao vírus, seja com um parceiro fixo (com infecção pelo HIV) ou parceiros casuais, em que não se utiliza preservativo. 

É fundamental lembrar que é necessário se prevenir dos outros tipos de ISTs durante a gravidez. Quando a mulher é infectada neste período, a transmissão para a criança fica mais facilitada, correndo o risco de haver sérias complicações – seja a infecção por HIV até problemas mais sérios, como má-formação devido à sífilis congênita, óbito fetal ou aborto. 

O tratamento é gratuito? 

A assistência médica por meio da PrEP está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o País e também nas redes privadas, desde que haja receita médica.

Na cidade de São Paulo, a Prefeitura tem uma ação chamada “PrEP Na Rua”, realizada pela Coordenadoria de IST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde da capital. O projeto tem o objetivo de expandir o acesso à prevenção de ISTs, principalmente à população mais vulnerável. A ação também oferece testes rápidos para HIV, sífilis e Hepatites B e C, autotestes para HIV, camisinhas e gel lubrificante. Para encontrar o calendário das ações, acesse o site da Prefeitura. 

É válido reforçar que as infecções não ocorrem somente entre o público LGBTQIAPN+, garotas(os) de programa ou pessoas em situação de rua. É uma condição que pode acometer qualquer indivíduo. Portanto, os serviços de tratamento disponibilizados são para o uso de toda a sociedade.

Fonte: Terra