Dia da Mulher: Cidadãs Positivas denunciam desigualdade no acesso à saúde

No Dia Internacional da Mulher, o Movimento Nacional das Cidadãs Positivas (MNCP) lança um alerta sobre a precariedade do acesso à saúde para mulheres que vivem com HIV/aids no Brasil. Há décadas na linha de frente do enfrentamento à epidemia, o MNCP denuncia a desigualdade no acesso a direitos básicos e os desafios impostos pelo estigma e pela falta de investimento na saúde pública.

Segundo as Cidadãs, apesar de a Constituição Federal garantir o direito à saúde, a realidade é preocupante. Em 2023, foram registrados 46.495 novos casos de HIV e 10.338 mortes por aids, sendo 63% dessas vítimas pessoas negras. O impacto sobre as mulheres é significativo, especialmente entre aquelas em situação de vulnerabilidade, como gestantes e populações periféricas.

O estigma social agrava ainda mais a situação, dificultando a busca por diagnóstico e tratamento. “Muitas enfrentam a doença sozinhas, sem apoio familiar ou institucional”, alerta o MNCP.

No documento, as mulheres cobram a aprovação do Projeto de Lei 3016/2023, que prevê o fortalecimento das políticas de enfrentamento do HIV/aids para mulheres vulneráveis. Também exige a retomada da Portaria nº 2.582/MS/GM, que garante cirurgia reparadora para quem sofre de lipodistrofia causada pelo tratamento. Além disso, pede a reativação de benefícios previdenciários para pessoas vivendo com HIV/aids, visto que a falta de renda é um fator determinante no agravamento da doença.

“Temos recursos para erradicar a aids até 2030, mas o descaso impede esse avanço”, denuncia o MNCP. O grupo reforça a necessidade de vontade política e investimento na busca da cura do HIV.

As mulheres que vivem com HIV/aids exigem um SUS mais eficiente, acesso garantido a medicamentos e direitos sexuais e reprodutivos respeitados. No Dia Internacional da Mulher, sua mensagem é clara: saúde com dignidade para todas. “Saúde é direito, não favor!”, reforça o MNCP.

Leia o documento na íntegra. 

Fonte: Agência Aids