Boa notícia : OMS certifica Brasil pela eliminação da transmissão vertical do HIV; vitória de gestão eficiente no SUS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o Brasil como o maior país do mundo a eliminar a transmissão vertical do HIV — da mãe para o bebê — como problema de saúde pública. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o programa Bom Dia, Ministro, exibido pelo CanalGov, na segunda-feira (15).

De acordo com o ministro, a certificação oficial será entregue ainda nesta semana, durante visita ao país de representantes da OMS e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O reconhecimento internacional consolida décadas de políticas públicas voltadas à prevenção, ao diagnóstico precoce e ao tratamento do HIV no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Isso significa que o Brasil conseguiu eliminar a transmissão graças ao SUS, aos testes rápidos, ao pré-natal e ao tratamento disponível pelo SUS”, afirmou Padilha.

O ministro destacou que a oferta universal de testagem para HIV, o acompanhamento pré-natal das gestantes e o acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais foram determinantes para o alcance do marco. Segundo ele, a realidade atual contrasta com décadas passadas, quando o país mantinha iniciativas filantrópicas para acolher crianças que nasciam com HIV e perdiam os pais em decorrência da aids.

“Abrigavam aqueles bebês que tinham nascido com HIV e seus pais tinham morrido. A gente não tem mais isso no nosso país, felizmente, nem a transmissão do HIV da gestante para o bebê”, comemorou.

Antes da ampliação das políticas de prevenção e do acesso universal ao tratamento, a transmissão vertical representava um dos principais desafios da resposta à epidemia no Brasil. Sem qualquer intervenção, o risco de infecção do bebê variava entre 15% e 30%, podendo ocorrer durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Com a consolidação do pré-natal universal, da testagem rápida e do tratamento gratuito pelo SUS, esses índices passaram a cair de forma consistente a partir dos anos 2000. Nos últimos anos, o Brasil registrou taxa de transmissão inferior a 2% e incidência abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos — parâmetros exigidos pela OMS para considerar a eliminação da transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública.

O país apresentou à OMS, em julho, um dossiê com dados do SUS que embasaram o reconhecimento internacional, considerado um dos marcos mais importantes das quatro décadas da resposta brasileira ao HIV/aids.

Fonte: Agência Aids