Semana da Criança: 1,4 milhão de crianças vivem com HIV no mundo e apenas 55% recebem tratamento, segundo dados do Unaids
Mesmo com avanços significativos no enfrentamento global do HIV, o impacto da epidemia entre crianças ainda preocupa. Segundo dados mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), cerca de 1,4 milhão de crianças entre 0 e 14 anos vivem com HIV no mundo. Em 2024, 120 mil foram recém-infectadas, e 75 mil morreram em decorrência da aids.
A maioria das infecções infantis ainda ocorre pela transmissão vertical — de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação —, o que evidencia falhas no acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado para gestantes. Embora o número total de novas infecções por HIV tenha caído 40% desde 2010, a redução entre crianças tem sido mais lenta em países de baixa renda, especialmente na África Subsaariana.
O tratamento antirretroviral (TARV) é um dos pilares da resposta global. Entre as crianças vivendo com HIV, apenas 760 mil estão em terapia, o que representa cerca de 55% do total estimado. O índice é bem menor que o observado entre os adultos, cuja cobertura de tratamento chega a 77%. Essa desigualdade reflete dificuldades no diagnóstico infantil, na formulação de medicamentos pediátricos e na manutenção do cuidado contínuo.
Outro dado alarmante é o número de órfãos por aids: 13,8 milhões de crianças e adolescentes perderam um ou ambos os pais para a doença. Além do impacto emocional e social, essa realidade reforça a urgência de políticas integradas de proteção e saúde.